
Nunca pensei que eu ia ter saudades da minha casa desarrumada, com as coisas fora do lugar, pia da cozinha cheia de louça suja e uma frigideira com resto de comida já dura esperando uma alma caridosa que a ponha de molho. O tapete do banheiro sempre enrolado em algum canto, um edredon jogado por cima do sofá no quarto de televisão, um ou dois chinelos esquecidos pelo caminho e um cheiro de família no ar.
Há dez longos dias a Lua viajou e eu estou que não me aguento de tanta saudade. Domingo passado, então, foi o pior dia. Domingo, normalmente, almoçamos juntas em algum lugar mais gostoso, falamos da vida, às vezes brigamos, às vezes vamos bater perna no shopping, mas é o nosso dia. Ai que saudade da minha filhota.
Ainda tenho mais uma longa semana pela frente para encontrar a casa arrumadinha, tudo nos seus respectivos lugares, como um cenário, conforme comentou certa vez meu amigo Eduardo Góes: "eu posso vir aqui a qualquer hora do dia, o cenário está sempre perfeito". Nesta época eu ainda não tinha filha e, ao longo dos anos, cheguei à conclusão que mais vale uma baguncinha na vida da gente...
Eu sempre costumo repetir uma frase mais ou menos assim: Amar é deixar o outro baguçar a vida da gente.
ResponderExcluirOutra: Estar sozinho é voltar pra casa e encontrar tudo exatamente como deixamos.