quinta-feira, 26 de março de 2009

Notícias da Arijana



Recebi um email muito querido da minha amiga Arijana, de Portugal. Ela queria saber como foi meu carnaval em Veneza (estou devendo um post sobre isso), contou que a primavera chegou a Portugal trazendo bom tempo (já deu até para tirar as meias e as mangas compridas, disse ela) e mandou umas fotos muito simpáticas que ela e suas colegas do Instituto Piaget, onde Arijana dá aulas de inglês, tiraram na época do carnaval. Minha amiga é a mais alta, um metro e oitenta de pura meiguice.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Júlia & Cristóvão

Uma das boas visitas que fiz em Portugal foi à casa do Fumaça, pai da Lua, meu primeiro marido. Eu estava ansiosa por conhecer a Júlia e rever o Cristóvão, que vi da última vez ainda bem pequeno. Os dois irmãos da minha filhota são uma graça. Doces, curiosos e um pouco intimidados com aquela senhora, mãe da irmã deles, sentada na sala.


Foram logo vestir os presentes enviados pela Lua e posaram felizes para as fotos que a irmã iria ver assim que eu voltasse para casa. Júlia de havaiana, com todos os enfeites de cabelo cuidadosamente colocados, e o Cris já vestido com a camiseta nova.

Eu mostrei o meu blog, prometi um post e até hoje eles devem estar esperando...

Gostei também de falar com o Fumaça... Fazia anos que não batíamos um papo e acho que foi bom para os dois. Nada como o tempo para apagar mágoas e reconstituir bons sentimentos. Este post é em homenagem à Lua, ao pai e aos irmãos, à família dela.

domingo, 15 de março de 2009

Mais duas décadas de história



Minha história em Portugal anda cada vez mais presente na minha vida atual. Não bastasse a minha viagem a Lisboa, em fevereiro último, quando reencontrei tantos amigos, hoje tive o privilégio de comemorar os 50 anos da Cristina Duran.

Cristina é uma das grandes amigas que conheci em Lisboa. Ficamos amigas ‘de cara’, logo no primeiro encontro. E dividimos alegrias, tristezas, batalhas e conquistas em terras lusitanas.

Ela acompanhou minha gravidez, me ajudou a cuidar da Lua, me consolou nos momentos mais difíceis, comemorou comigo cada vitória.

Nunca me esqueci do aniversário dela, 15 de março. Mesmo depois de voltarmos para o Brasil - eu em Belo Horizonte e depois em Brasília e ela em São Paulo - sempre liguei ou passei um email. Nunca me esqueci também dos 30 anos dela, o primeiro aniversário que Cristina passou em Lisboa.

Eu queria fazer uma surpresa. Comprar um bolo para cantarmos os parabéns na sala de imprensa dos jornalistas estrangeiros, no Palácio Foz (ver referência no post ‘Duas décadas de história’).

Virginiana que sou, pensei nos mínimos detalhes, inclusive como íamos partir o bolo. Como eu não tinha pá de bolo em casa, embrulhei uma serra de pão e coloquei dentro da minha pasta de trabalho, em meio aos papéis.

Já não me lembro o porquê, mas o dia foi complicado de trabalho e não deu certo a minha festinha... E eu simplesmente me esqueci daquela serra de pão.

Meses depois, fui fazer uma entrevista na Embaixada dos Estados Unidos. O guarda, logo na entrada, pediu para ver a minha pasta e eu entreguei-a com a maior naturalidade. De repente, ele tira aquela enorme serra de pão de dentro da pasta e eu, sem palavras, não sabia como explicar.

Balbuciei qualquer coisa, disse que ele podia ficar com ela e, talvez pelo tamanho da minha barriga – eu estava grávida da Lua –, ou pela minha cara de espanto, ele me deixou passar. Sorte que foi antes do 11 de setembro...

Hoje, nos 50 anos da Cristina, que eu tive a sorte de participar por estar em São Paulo, esta história nos fez rir muito. Ter amigos não tem preço!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Malas, malinhas e maletas... Bolsas, bolsinhas e sandálias havaianas!

A frase é de um camelô da minha infância. Todo mundo morria de rir da rima (ou da falta dela) e eu ria junto, mas não entendia o porquê. Eu devia ter uns sete, oito anos de idade e, a comparar com as crianças de hoje, parecia mais uma recém-nascida, tal a ingenuidade.

Me lembrei da frase por causa das malas. A nossa chegada – eu, Miriam, Magui e Heloísa – à Veneza foi digna de comédia pastelão. Com exceção da Magui, que ficou só uma semana, nossa bagagem era para duas semanas no inverno, ou seja, muito peso e volume, sem falar em todos os detalhes que qualquer mulher insiste em carregar.

Eu já tinha estado uma semana em Lisboa e Miriam e Heloísa o mesmo tempo em Barcelona.

Era terça de Carnaval, umas duas da tarde, quando desembarcamos do vaporetto em plena Plaza de San Marco abarrotada de gente. Fantasias maravilhosas, inúmeras barracas de camelô vendendo máscaras e lembranças típicas da região do Véneto, a magia da cidade e nós, com toda aquela bagagem.

A gente não sabia se olhava o lugar ou procurava o hotel. Magui, viajante experiente e despachada, já tinha estudado o mapa, nos orientou a pegar a linha certa do vaporetto e identificou o local exato do nosso hotel, que era bem pertinho. Precisávamos, porém, vencer a multidão e subir e descer as escadinhas de uma ponte (bem próxima à famosa Ponte dos Suspiros, que hoje está coberta por tapumes em função de obras de recuperação) para ultrapassar o único canal que nos separava da Calle di Vin, nosso endereço em Veneza.

A mala da Miriam era a maior e pesadíssima. A Magui perdeu uma rodinha da sua mala e eu levava duas malas menores, mas igualmente pesadas, fora a bolsa de uma máquina fotográfica, presente que o pai da Lua mandou e que me deu um certo trabalho no decorrer da viagem.

Lutamos como pudemos para vencer os dez degraus para cima e para baixo. Ríamos muito, como rimos em toda a viagem, e perdíamos as forças... Milhões de turistas olhavam aquela cena com total frieza. Ninguém se apiedou de quatro mulheres em apuros. Por fim, o hotel. Viva! Estávamos em casa e daí para frente o tempo foi para nos perdermos entre os foliões, as ruelas e os canais...

Dez a zero para o cigarro


Amiga,

Mil perdões por decepcioná-la, mas eu estou longe de ser super e algumas decisões tomadas são muito difíceis de serem mantidas.


Parar de fumar, por exemplo. Eu bem que tento, mas você bem sabe o tamanho do ‘problema’...

A primeira vez fiquei sem fumar por dois anos. Uma glória! Desta vez, não consegui passar do primeiro mês...

Estou fumando de novo. Procuro diminuir, mas no saldo de gols o cigarro continua ganhando de balaiada...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Postiças? Nem pensar...


Eu roí minhas unhas por mais de 30 anos. Meus dedos eram quase deformados, com grandes “batatas” nas pontas por falta de unhas. Foi assim que meus amigos me conheceram em Portugal e também foi assim que se despediram de mim, em 1996.

Em 16 de setembro de 1997 minha mãe morreu, depois de sofrer um derrame e ficar cinco dias internada num hospital. Durante esses intermináveis cinco dias, eu roí o que ainda existia de unhas e também a pele em volta. A ansiedade e o medo tomavam conta de mim e eu nem percebia a automutilação.

No dia do velório de minha mãe, eu não conseguia segurar em nada tamanha a dor que sentia nos dedos. Naquele dia resolvi que não faria mais isso comigo.

Mais de onze anos depois, tenho as unhas reconstituídas, belas e fortes e foi exatamente a primeira coisa que meus amigos – as amigas, em particular – comentaram ao me ver em Lisboa. "Que unhas são essas? São postiças?"

domingo, 1 de março de 2009

Duas décadas de histórias


Adriana e Arijana não se viam há quase dois anos. “A gente acaba só se encontrando quando vem alguém do Brasil”, comentou Arijana. A última vez tinha sido com a visita da Carla (Carla Mendes, jornalista mineira, correspondente da agência portuguesa Lusa em Brasília), que também morou em Portugal há uns 20 anos. Agora as duas se reencontraram para me ver.

Fomos jantar num restaurante indiano, Himalaia, na zona central de Lisboa, perto do Rossio. Antes, porém, eu e Arijana combinamos nosso encontro na porta do Palácio Foz, na Praça dos Restauradores. “Só tu para me fazer sentir 20 anos mais nova”, brincou.

Isso, porque no Palácio Foz funciona uma sala de imprensa para jornalistas estrangeiros e era nosso (meu, da Carla, do Jair – outro jornalista brasileiro que ainda será citado nessas notas de viagem) QG e lá era – há 20 anos – o ponto de encontro de muitos amigos.

Arijana é croata, formada em letras, e mora em Portugal desde 87. Fala português com absoluta fluência desde aquela época, mas também inglês, francês, espanhol e outras tantas línguas que nem sei enumerar. Dá aulas de inglês numa faculdade portuguesa, faz traduções (também de livros) e vai se virando num país que hoje só fala da crise e onde se vive momentos de grande incerteza com relação ao futuro. Casou-se (e separou-se) com um português, com quem teve um filho, o Tomás, hoje com 11 para 12 anos. Tem um metro e oitenta de altura e olhos azuis tão doces quanto o melhor dos pastéis de nata, os meus prediletos.

Adriana é brasileiríssima, embora o sotaque esteja com um tom lusitano acentuado. Mora em Portugal desde 88 - chegamos na mesma época em Lisboa – casou-se também com um português (continua casada) e tem dois filhos: o Guilherme, 16, a quem eu dei o seu primeiro banho, e a Mariana Índia, 13, que era bebê de berço quando voltei para o Brasil.

Adriana é publicitária, mas trabalha com decoração há muitos anos. Tem uma linda loja perto de Sintra e também faz projetos de decoração para endinheirados, hoje angolanos na sua grande maioria, os poucos que ainda estão esbanjando dinheiro em Portugal nesses tempos de vacas magras.

O nosso encontro foi delicioso, parecia que o tempo não tinha passado. Não parávamos de falar um minuto. Fechamos o restaurante (os indianos já não se agüentavam de pé) e ainda fomos tomar um whisky saideiro no Procópio, um bar muito charmoso, que a Arijana escolheu para ser vizinha.

A noite terminou depois das três da madrugada (era uma terça-feira) porque minhas amigas precisavam acordar às sete. Eu estava de férias e me senti culpada.

No outro dia as duas me ligaram. Acordaram felizes da vida. Não é sempre que a gente volta 20 anos no tempo...

De volta

Depois de umas ótimas e merecidíssimas férias, voltei. Voltei para Brasília, para o trabalho e também para o meu querido blog, que ficou tão descuidado nas duas últimas semanas.

O descaso está justificado pela viagem. E que viagem! Foi um dos melhores presentes que me dei em toda a minha vida.


Em Portugal, matei saudades, revi amigos e recebi um grande carinho de todos. Revi a Lisboa antiga e fiz muitos passeios pelas áreas mais novas, como a Zona da Expo (foto acima), como é chamada a região oriental da cidade, revitalizada para a Expo 98, que aconteceu na capital portuguesa.

Procurei uma a uma todas as pessoas mais importantes para mim naquele país que foi minha casa por sete anos.

E a recepção não poderia ter sido melhor. Todos mudaram de algum modo as suas agendas para me ver, almoçar ou jantar comigo e, por que não, derrubar algumas boas garrafas de vinho.



Na Itália, que eu não conhecia, o deslumbramento com uma Roma monumental e vibrante e com uma Veneza encantadora, em pleno carnaval. A companhia de Magui, Miriam e Heloísa (nesta ordem, na foto acima) foi decisiva para que tudo corresse às mil maravilhas. Nos divertimos muito e nos deliciamos em cada nova aventura, seja pelas ruelas e becos de Veneza ou no ritmo frenético da capital.

Pretendo, aos poucos, contar um pouco de cada coisa que vivi. Acho que será um novo passeio nas boas memórias dessas férias.