segunda-feira, 9 de março de 2009

Malas, malinhas e maletas... Bolsas, bolsinhas e sandálias havaianas!

A frase é de um camelô da minha infância. Todo mundo morria de rir da rima (ou da falta dela) e eu ria junto, mas não entendia o porquê. Eu devia ter uns sete, oito anos de idade e, a comparar com as crianças de hoje, parecia mais uma recém-nascida, tal a ingenuidade.

Me lembrei da frase por causa das malas. A nossa chegada – eu, Miriam, Magui e Heloísa – à Veneza foi digna de comédia pastelão. Com exceção da Magui, que ficou só uma semana, nossa bagagem era para duas semanas no inverno, ou seja, muito peso e volume, sem falar em todos os detalhes que qualquer mulher insiste em carregar.

Eu já tinha estado uma semana em Lisboa e Miriam e Heloísa o mesmo tempo em Barcelona.

Era terça de Carnaval, umas duas da tarde, quando desembarcamos do vaporetto em plena Plaza de San Marco abarrotada de gente. Fantasias maravilhosas, inúmeras barracas de camelô vendendo máscaras e lembranças típicas da região do Véneto, a magia da cidade e nós, com toda aquela bagagem.

A gente não sabia se olhava o lugar ou procurava o hotel. Magui, viajante experiente e despachada, já tinha estudado o mapa, nos orientou a pegar a linha certa do vaporetto e identificou o local exato do nosso hotel, que era bem pertinho. Precisávamos, porém, vencer a multidão e subir e descer as escadinhas de uma ponte (bem próxima à famosa Ponte dos Suspiros, que hoje está coberta por tapumes em função de obras de recuperação) para ultrapassar o único canal que nos separava da Calle di Vin, nosso endereço em Veneza.

A mala da Miriam era a maior e pesadíssima. A Magui perdeu uma rodinha da sua mala e eu levava duas malas menores, mas igualmente pesadas, fora a bolsa de uma máquina fotográfica, presente que o pai da Lua mandou e que me deu um certo trabalho no decorrer da viagem.

Lutamos como pudemos para vencer os dez degraus para cima e para baixo. Ríamos muito, como rimos em toda a viagem, e perdíamos as forças... Milhões de turistas olhavam aquela cena com total frieza. Ninguém se apiedou de quatro mulheres em apuros. Por fim, o hotel. Viva! Estávamos em casa e daí para frente o tempo foi para nos perdermos entre os foliões, as ruelas e os canais...

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