terça-feira, 16 de junho de 2009

Armênia, uma mulher de Pirenópolis


Carlos Magno prometeu e cumpriu. Basta ler para dar uma vontade imensa de passear por Pirenópolis... Aproveitem!

Pirenópolis nunca cessa de me seduzir. Não bastasse as lindas ruas enfileiradas por casinhas seculares, sua gente amistosa e feliz e as curvas sensuais dos Pireneus emoldurando a paisagem, a cidade também emana arte em cada esquina, principalmente música.

No fim de semana prolongado de Corpus Christi, o Theatro (com tê agá, por favor) de Pirenópolis apresentou um espetáculo surpreendente que envolveu música, cenários, iluminação, figurinos e coreografia. “Armênia, mulher de talento”, celebra a obra de uma compositora pirenopolina que nasceu no fim do século XIX, filha de Sebastião Pina, “músico, diretor de teatro, ator e bailarino”, segundo nos informa o programa do espetáculo.

Dona de casa comportada, Armênia compôs basicamente modinhas. Nada, portanto, que contribuísse para revoluc ionar a música brasileira do século XX como havia ousado Chiquinha Gonzaga alguns anos antes. Mas a inocência das letras, a delicadeza dos acordes e a suavidade dos arranjos me comoveram. Sem falar do esmero da produção. Tudo certinho, bem ensaiado, de bom gosto.

Mas o que surpreendeu mesmo foram as vozes das dez cantoras que se revezaram no palco para apresentar a obra de Armênia. Lindas vozes, sem exceção. Umas mais trabalhadas do que as outras, mas todas de belo timbre e, principalmente, vindas da alma, com breve passagem pelo diafragma.

Saímos do Theatro (sim, o mesmo, em inusitado estilo elisabetano) inebriados, subimos a rua dos Pireneus e fomos cantar na casa do Laerte e da Márcia. Porque em Pirenópolis as noites soem terminar em cantoria.

Carlos Magno Almeida

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