sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Diário cibernético



Nunca tive paciência para escrever um diário. Lembro-me da minha adolescência, quando muitas das minhas amigas tinham o seu guardado a sete chaves. Lá confessavam seus segredos, colavam fotos, pequenos bilhetes, pedacinhos de papel com grande significado. Quando a mãe de alguém lia o tal livro secreto era um Deus nos acuda. Para já ficava sabendo o que não devia, mas principalmente violava o espaço da filha e isso dava direito a choro, briga e até divã de analista.

Mas eu não. Gostava de escrever umas coisas, cartas para quem estava longe ou perto, que nem sempre enviava. Guardava os papéis avulsos em uma caixa de papelão que conservo até hoje (acredite se quiser). Nela reunia também os bilhetes, o papel da bala ofertada por ‘aquele’ garoto, fotos 3 X 4 das amigas e outras bugigangas. Mas não parecia um diário. Não tinha cronologia, uma mínima organização, nem obrigação de encher páginas e páginas em branco.

Esta história de blog me fez pensar que eu precisei viver tanto para ter vontade de organizar as idéias. Um espaço cibernético, onde cabem fotos, pequenas lembranças e até bilhetinhos que podem ser escaneados. Chiquérrimo, tecnológico e aberto ao público. Um diário do século XXI.

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